Texto de Vera Lúcia Guedes
Alimento espiritual de origem divina, aquele que consola e liberta a alma dos deprimidos, aflitos e tristes. Traz de volta luz, calor e alegria de viver – mostra que sempre haverá luz no final do túnel.
Fruto cítrico hibrido, gerado pelo cruzamento do Citrus limon – var.Citrus lumia, lima francesa ou limão pera com o Citrus aurantium – var. amara, laranja amarga.
A Bergamota é um fruto não comestível, exceto para produção de geleia (Marmalade Bergamotto) e o licor (Bergamino), mas sua máxima produção se destina para extração de seu potente óleo essencial, chamado de “Maná dos deuses” pelo povo que habita a região do sul da Itália, chamada de Reggio di Calabria.
Este fruto cítrico – segundo seus produtores – tem inteligência divina; foi trazido para a Calábria por volta do século XV, não se sabe claramente de onde – sua origem é envolta uma nevoa de mistério.
Tudo que se sabe é que veio trazer rejuvenescimento para uma das regiões da Itália,considerada como a mais “deprimida”, também trouxe expressivo aquecimento econômico.
Este fruto pertence à família botânica dos cítricos, chamada de Rutáceas. Divide parentesco com todos os outros frutos cítricos (Laranja, Limão, Lima, Mandarim, Grapefruit, Petitgrain e Neroli) e, por mais incrível que possa parecer, a Bergamota tem também parentesco botânico com outra planta muito comum para muitos de nós, a Ruta graveolens, conhecida popularmente como Arruda.
No campo psíquico: pesquisas realizadas com plantas pertencentes a esta grande família botânica a confirmam como fonte inestimável de cura, têm grande potencial terapêutico como libertadora para variados tipos de problemas psíquicos. Atuam como restauradora da liberdade de movimentos, liberdade para aqueles que se sentem aprisionados aos seus medos, sofrimentos, dores, tristezas, ressentimentos, traumas e raivas.
Tudo isto pode ser considerados como “restrições internas” – é sabido que sentimentos enterrados vivos, jamais morrem, até que sejam encarados e resolvidos.
Pessoas aprisionadas neste perfil são frequentemente sofredoras de retraimento, isolamento, timidez, desconfiança – podem ser bastante reativas, inseguras e são profundamente sensíveis; muitas apresentam quadro depressivo crônico e ou ansiedade, condições que a Bergamota tem indicação terapêutica muito positiva.
Podem também se tornar comumente desesperançadas, demonstrando muito medo de mover-se para frente, dar passos em direção a libertação de suas amarras; são temerosas das coisas novas e ou daquilo que desconhecem.
A raiva pode ser uma das emoções expressadas com muita frequência – comumente, isto pode estar sinalizando apenas um mecanismo de defesa, que esconde verdadeiros sofrimentos internalizados não resolvidos, mas ainda latentes e vivos, clamando por resoluções. Curando-se a dor e o sofrimento interno, desaparecem sintomas de raiva e de depressão; a sensação de isolamento e muitas outras condições que podem estar acompanhando o quadro também desaparecem. Com isto, novas possibilidades serão vislumbradas – a passagem da sombra para a luz, a morte dando lugar para a vida, que abre caminho para expressar-se livremente. O óleo de Bergamota atua muito bem em pessoas hipersensíveis, ajudando-as a administrarem as situações relacionadas com perdas, dor, sofrimento, mágoas, ressentimentos, frustrações e muitas outras condições que podem afetá-las profundamente, confere firmeza, determinação e confiança interna de que tudo tem evolução em começos, meios e fins.
No físico: age como excelente curador e ou colaborador para tratar os problemas de pele, tais como eczemas, acnes, furúnculos e herpes zoster. Têm sido obtidos bons resultados no tratamento de psoríase e vitiligo, para os quais o uso deste óleo não pode ser considerado como proposta de cura definitiva, por serem doenças cutâneas muito sérias; existe, entretanto, a possibilidade de que o uso do óleo essencial de Bergamota possa provocar a diminuição ou a interrupção do processo degenerativo da doença. O óleo atua holisticamente no ser humano – sabe-se que muitas doenças de pele têm sua origem no nível psíquico.
Semelhantemente aos outros óleos cítricos, a Bergamota age como um excelente óleo digestivo, principalmente em casos de indigestão provocada por consumo de alimentos gordurosos, frituras, açúcares; regenerador das células do fígado, colaborador para a recuperação em ocorrências de alcoolismo.
Assim como o Limão, o óleo de Bergamota tem excelente ação antiácida – atua combatendo a acidez excessiva, que gera muitos problemas para o corpo tais como digestão fraca e lenta, flatulência, constipação, boca amarga, toxidade sanguínea, dores de cabeça, azia, fraqueza mental e física, mau hálito; o câncer e a Cândida albicans encontram terreno fértil num corpo físico ácido (prevenir sempre foi o melhor remédio).
O óleo essencial de Bergamota, associado ao óleo de Limão, forma uma excelente sinergia para equilibrar o pH do corpo e, consequentemente, preservar a saúde em geral.
Na pele: age combatendo a oleosidade; pode também ser usado no preparo de xampus para tratar os cabelos oleosos com a presença de caspa.
Precauções: atenção e cuidados devem ser tomados ao se fazer uso do óleo de Bergamota: por se tratar de um óleo fototóxico, ou seja, fotossensibilizante, pode manchar a pele – assim , se for aplicado no corpo, é preciso não se expor ao sol, pelo menos uma hora após o seu uso.