A verdadeira água de colônia é feita com óleos essenciais, normalmente os de Alecrim, Bergamota. Lavanda e Néroli, embora outros cítricos – Laranja, Limão e Petitgrain – possam ser incluídos. Às vezes, o de Tomilho substitui o de Alecrim.
A fórmula foi originalmente criada na primeira década do século XVIII pó Johann-Maria Farina, um italiano naturalizado alemão, que vivia em Colônia e que Du a sua mistura aromática o nome de “Kölnisches Wasser”, em homenagem à cidade. O preparado não tardou a se tornar amplamente conhecido por suas propriedades refrescantes, desodorantes e antissépticas. Não se sabe ao certo se coube a Farina ou a algum de seus descendentes alterar mais tarde o nome para eu equivalente francês, no intuito de que soasse mais elegante e talvez conferisse ao produto maior apelo, ou se isso aconteceu quando os soldados franceses, acantonados em Colônia durante a Guerra dos Sete Anos, levaram para casa amostras do produto. Com a mudança do nome, a assinatura do fabricante nos rótulos também foi afrancesada para Jean-Marie Farina. O presidente da empresa foi chamado de Johann-Maria (ou Jean-Marie), pro várias gerações, à medida que cada filho ou sobrinho sucessivos batizava seu primogênito com o nome do fundador.
Ao final do século XVIII, vários perfumistas espalhados ela Europa produziam suas versões particulares da água de colônia, entre os quais diversos Farinas que não tinham parentesco algum com o criador original (Farina é um nome comum na Itália), mas que se beneficiavam da confusão resultante. A empresa original de Colônia manteve-se em mãos da mesma família até o século XX, embora muitas colônias com o rótulo “J.M.Farina” tenham procedência diversa.
Napoleão usava grandes quantidades de água de colônia – algo em torno de 600 frascos por ano – e jamais viajava sem ela, mesmo em suas campanhas militares. Quando consideramos as propriedades dos óleos essenciais utilizados ma fabricação da água de toucador, é fácil compreender o grande valor que teria para uma pessoa de gosto exigente nas condições insalubres de um acampamento militar. No tempo de Napoleão, a colônia recebia frequentemente o nome de “Aqua Admirabilis”, em reconhecimento às suas múltiplas virtudes.
A quantidade de uma água de colônia depende, em igual medida, do álcool empregado como base e dos óleos essenciais a ele acrescidos. A Kölnisches Wasser original era feita com álcool de batata altamente refinado, disponível em grandes quantidades na Alemanha, mas as colônias modernas geralmente têm por base um álcool etílico com graduação para perfume. Deixa-se a mistura do álcool com os óleos essenciais descansar no mínimo por seis meses, sendo que as colônias realmente de boa qualidade são maturadas por um ano. Na Inglaterra, não se pode adquirir álcool de perfumaria sem uma autorização alfandegária e o pagamento dos impostos devidos, nem em pequenas quantidades, mas é possível produzir um óleo de banho ou para o corpo com aroma de colônia, misturando os óleos essenciais adequados em uma base mais branda. É possível, ainda, utilizar uma vodca de alto teor alcoólico em substituição ao álcool etílico.
São muitas as versões para a fórmula da água de colônia, mas uma variante típica é a seguinte:
Óleo Essencial de Alecrim – 10 gotas
Óleo Essencial de Bergamota – 100 gotas
Óleo Essencial de Lavanda – 50 gotas
Óleo Essencial de Limão – 50 gotas
Óleo Essencial de Néroli – 30 gotas
Acrescente-se a isso 150ml de vodca de alto teor alcoólico para produzir uma água de colônia concentrada, ou 100ml de óleo amêndoas ou outros óleos para fazer um óleo para banho. Para um óleo para o corpo ou massagem, deve-se aumentar a quantidade de óleo básico para 300ml. É possível usar essa mistura também como óleo de banho, sem a necessidade de outras misturas, utilizando de 6 a 8 gotas para um banho médio. Deixe a mistura em um local escuro e frio pelo máximo de tempo possível, a fim de maturá-la antes de sua utilização. Caso queira experimentar uma pequena quantidade, divida todas as quantidades por dez. O resultado da fórmula é uma colônia altamente cítrica, mas talvez você queira variar as proporção dos óleos, de modo a criar sua versão favorita.
Fonte: Davis, Patrícia – Aromaterapia – Editora Martins Fontes – 1996 – páginas 23 a 25.
Do blog Aromaflora
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